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SOBRE

Nos palcos contemporâneos têm-se presenciado uma diversificada e insistente aparição de trabalhos explorando a técnica do clown. Podemos mencionar o Cirque du Soleil, que recria uma versão mais abrangente e contemporânea do circo tradicional, Slava, o palhaço que mistura a técnica de clown com o teatro mudo e absurdo, e ainda o Le Cirque Bonjour o primeiro exemplo do que veio a chamar-se “novo circo” e que mais tarde deu origem ao Le Cirque Imaginaire e Le Cirque Invisible. O clown ou palhaço tem as suas raízes na comédia grega e romana, desempenhando uma função que originou a postura e ofício dos bufões e bobos medievais, brincando com valores oficiais, invertendo papéis da hierarquia social e transportando os ambientes públicos e governamentais para o imaginário colectivo. Nas suas andanças através do tempo, o clown ocupou diversos espaços: a rua, a praça, a feira, o picadeiro e o palco.No século XX, começa a ocupar um novo lugar, aparecendo no cinema e continuando a revelar à humanidade o seu lado ridículo e patético. O maior exemplo é Charlie Chaplin notabilizado pelo uso da mímica e da comédia num processo de sátira da civilização humana que conheceu, compreendeu, que o impressionou e o chocou.Neste projecto a intenção é recriar a figura de clown do século XX, uma versão mais contemporânea e actualizada aos dias de hoje. A ridicularização da “tristeza” da vida quotidiana e a exploração da imaginação de cada individuo são os aspectos relevantes desta proposta. Momentos de graça que purificam a maldade do mundo e nos recordam a infância e o verdadeiro conceito de utopia. Através de objectos de formas inventivas surgem combinações improváveis, histórias surreais e absurdas... Entre teatro, circo e dança, “Mala de viagem” cria paralelismos entre a beleza hipnótica, a ilusão e a magia, em que transforma, com uma simplicidade desconcertante, visões muito pessoais em momentos partilhados de sonho, de ternura, de emoção. Uma visão que pretende fazer os espectadores desejar conhecer cada vez mais este universo, aceitando a herança do papel social que as várias formas e papéis do clown desempenharam desde a fundação da vida humana em sociedade.

 

 

 

“Mala de viagem” é uma performance de teatro participativo e de interacção. Tomando como ponto de partida a técnica de clown, Maria é uma personagem que tenta estabelecer uma ligação nas suas imensas viagens entre a sua solidão e as pessoas que vai encontrando pelo caminho. Um jogo de tempo, de momento, de expressão, de movimento, de silêncio e de conversa de circunstância. Uma mala de viagem que comtempla em si um enorme leque de recordações que servem de material ilustrativo às suas estórias. A criação desta personagem passa pela necessidade de interagir com o público. Maria e a sua mala de viagem tentam por em acção todo este conjunto de factores, contando estórias de circunstância improvisadas, estórias de antigamente, por vezes ficando em silêncio, gesticulando apenas com seu corpo conjugando simultaneamente com a acção de tirar objectos da sua mala, como óculos graduados, óculos de sol, guarda-chuva, penas, uma flor, entre outros. A estética deste espectáculo transporta os espectadores para um mundo distante, de imaginação, simplicidade e pureza infantil, fazendo-os esquecer a racionalidade da realidade envolvente.

 

 

 

 

 

 

Sinopse

 

Maria é uma caixeira viajante que gosta de contar estórias de antigamente. Viaja como se o tempo fosse eterno, como se não houvesse tempo… em cada viagem que faz a sua imaginação cresce um pouco mais… e a sua mala carrega uma estória mais. Uma mala que guarda em si uma quantidade de objectos que faz questão de mostrar a cada pessoa que cruza, a cada estória que conta.

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